domingo, 14 de maio de 2006

PRA REFORMULAR

Invoco a noite pra que ela traga a tona
Os pensamentos sem sentido
À minha triste alma desregrada
E realizar minha condução ao nada.
Ah! Então que venha a noite

E que seu mistério me vincule
E a lua revele em face iluminada
Aquelas coisas que escondo em mim.
Minguando árduo o e crescendo o terno
Venha cheia de faces oferecendo novo prazer.

O meu rio interno então corre em desatino
Eu expulso o meu silêncio temperado.
Aí finjo uma parte, a outra assumo.
As cores que eu não via, algumas descubro.
Ganho poetas mortos e acordes renovados.

Antes aquela angústia, aquele medo fosse inútil.
E que tudo que me inspira agora seja real.
Essa eterna falta de chão é meu cisco no olho
Mas, já ta mais do que na hora de eu me dizer sim
Pois tenho a certeza de ter sempre a noite pra me socorrer.

Que o outono traga as minhas escolhas
Um confortável choro de vitória,
Que faça das minhas muralhas apenas degraus,
E transforme meus anseios num rio calmo.
Já que minhas dores massageiam meu coração.


Diva Brito
20/04/2006
12:15 hs