sábado, 6 de maio de 2006

A menina e a poesia

Menina solta
De meninices envolventes
Capim roçando nas pernas
Abstratividade e graça
Garra. De leoa enjaulada
Com a coragem dentro de si.
Coragem de desfiar o tempo
E correr pela mata
Pra dar tempo de viver tudo.
Menina destemida!
Será que não sabe que viver mata?
Isso pode ser dom ou artifício
Ser de nascença ou ser vício.
A menina solta se solta
E dança bonito com o vento
Mas também canta com a água
O seu en canto o medo apaga
Ela se faz mulher ou moça
De acordo com o que se pede
E de repente como num risco
A moça surge breve
A poesia pode morrer com ela
Ou ela pode morrer com a poesia
Um dia elas se casam
E a menina então desacelera
O tempo corre mais que ela
E a estória fica assim
Era uma vez, um dia,
A moça solta e a poesia
Matando as horas na janela.


Diva Brito
06/05
09:00 hs

* inspirado em Maíra Guedes
(Menina bem-te-vi)