terça-feira, 30 de maio de 2006



Oi inspiração,
Vem assim tomar de volta esse corpo seu
Vem que estar em mim é não haver adeus

É ter de volta incorporada a minha coragem
É saber que as peças se encaixam quase que sozinhas

Vem inspiração, em mim, e me toma todinha
Me usar, cuspir, a pressa é toda minha
Vem como um arrepio que assusta, mas dá prazer

Vem e preciosa pra aliviar meu coração
Botar pra fora assim tanta emoção
Pra eu falar do amor que me invade.

Vem me fazer baile de versos de luz
Espalhar mágica e sonhar que fui
Morar na ilha da fascinação.

Vem,
Não é tão fácil esse vazio em mim
Sem ter você não dá pra fingir

Que sou feliz sem você na cidade

Diva Brito
30/05/2006

segunda-feira, 29 de maio de 2006

SATUREI

Eu cansei de jogos de sedução, detesto situações previsíveis. Tudo o que se tem montado é vazio, com propósito e cheio de intenções, mas, sem o inesperado, sem o surpreendente. Eu não sei bem porque as coisas são tão certas, acontecem sempre num roteiro, numa seqüência, numa ordem ridícula. Busco o que ainda não sei. Como se algo que eu ainda não sei o que é, fosse surgir a qualquer instante e me desequilibrar em um piscar de olhos.
Não, eu não cansei de seduzir. Mas, é que sedução é quase um estado de espírito, eu cansei foi do jogo, daquela previsibilidade. Mil vezes pular de pára-quedas a noite do que contar até cinco e saber o que vai ouvir. Ter certeza das ações que virão, das falas.
Essas coisas que crescem com a gente, toda essa ordem de ações, toda essa mesmice convencional de cada dia. São tantos costumes, hábitos e receitas pra se amar... Que cansei de fingir que não esperava, de mentir quer não sabia e me enganar de satisfeita e feliz. Quando na verdade sem abrir os olhos, sei aonde vai tocar qual a ordem das frases, quais serão as repetições, os pontos em comuns que já ganham de fábrica.


Diva Brito
2005

sábado, 27 de maio de 2006

RIO REPRESO

E esses seus doces favos estragados
Cujo vívido cheiro me prendia
Já não me prendem com o visgo dos teus braços
Nem me cobre com sua sombra esguia.

E a redobrada paixão que possuia
Com o desatino ela se fez avesso
E o sussuro virou lamento
E soterrou o meu pensamento.

Desperdiçado o sentimento
Que fez minguante o meu amor tão cheio
Meu olhar terno se fez mórbido
E fez terror sob meus anseios.

Trouxe a minha'lma guerra e tormento
E agora é seco o rio do meu peito
Armei barragem pra esse leito
E tudo nele ficou represo.


Diva Brito
19/06/2005
17:50

sexta-feira, 26 de maio de 2006

A GINGA

Você aparece malemolente
Eu me encanto e desejo
Essa foi a ordem dos fatores
A sucessão dos acontecimentosa
Daí surgiu os beijos e as mãos
E a vontade novamente
Sem me prender ou me entregar
E sem jamais acreditar
Foi a sua ginga, seu corpo solto
E seu coração sem dono
Que me seduziram
Cabelo em você todo enrrolado
Inspiração do pecado
Sem compromisso,sem porto
Foi isso que eu vi, e então
Desejei a insegurança
Confesso ter sido este o encanto
Mas você partiu e eu imaginei
Fora um passado gostoso
O provocante virou lembrança
E tu retornas pra me dizer
Tomas meu coração embrulhado
E fazes o que deves fazer?
Não me deleges esse cuidado
De resgatar do passado
Um sentimento esquecido
De me fazer reviver
O que eu tinha certeza
Que já tivesse morrido.

Diva Brito
05/2006

quarta-feira, 24 de maio de 2006

ELA cansou do amor. Cansou dessa coisa fracassada, frustante. Cansou de amar e não viver uma história de amor. Quando um não quer dois brigam, quando só um ama dois não ficam juntos. Viver a síndrome do "se" mata aos poucos. ELA não sabe bem porque carrega "isso" dentro de si. Porque conserva esse instrumento de nostalgia.Mantém isso vivo com uma inevitável esperança de um dia acordar e ver que todo o mundo passou a conspirar pra que dê certo. Mesmo sabendo que essa mágica nunca acontecerá porque o mágico tá a muito tempo sem cartola.ELE alimenta ELA, ELA alimenta ELE também. Vivem esse fingimento não sei o porquê??? Talvez pelos arrependimentos de não terem feito ou não terem vivido. Não acho não fizeram o que deveriam, acho que fizeram o que não deveriam.Depois disso, ou desse "não-isso" ELA cansou do amor. Dessa desventura, desse despropósito, dessa dor, dessa nostalgia. Pra ELA chega!

FILHO AMADO


Amo o filho que nasce em mim
Amo o filho que nem sei se é meu
Amo o filho mesmo que filho não seja
Amo, e o amor de filho mata a saudade
Amo-o pois, ser filho não há quem mude
Amo e mesmo que um dia o amor acabe
Amo esse filho que é amado na eternidade
Amo, e amarei incerta de ser amor ou infinitude

Diva Brito
23/05/2006
20:00 hs

terça-feira, 23 de maio de 2006

INTENSIDADE

Eu nunca fui de talvez, pode ser ou às vezes
Sempre detestei imparcialidade
Nasci pra Intensidade, pra amar ou odiar.
(Indiferença só pra quem não faz diferença)
Pra momentos e épocas,
Geralmente curtas e marcantes.
Lembranças fortes.
Fazer o quê, se as coisas na minha vida
acontecem pra serem breves?
Breves, fortes, inesquecíveis.
Cada uma com seu grau de importância,
mas, todas com importância.
Eu não desisti de tentar viver longas histórias,
inclusive atualmente eu venho tentando.
Vida longa, momentos curtos,
lembranças sempre vivas.
Lembro de algumas fases com tanta nitidez,
de algumas com um pouco de saudades,
de outras nenhum pouco.
Pra resumir....
eu por mim....
Impulso,Intensidade,
Paixão,Intensidade,
sonho,Intensidade,
Desejo,Intensidade...
E por aqui me fico.
E só.


Diva Brito
(2005)

quarta-feira, 17 de maio de 2006

TUA BOCA

Esquece o que tua boca diz
Ela mente
Mente porque na verdade,
Nem conhece e a verdade
Vai ver tua boca sente,
Mas nem sabe
Esquece o que tua boca diz
Ela finge.
Finge não sei o porquê.
Talvez por medo de saber
Ou teimosia.
E desse jeito ela foge
Não sei porque foge
Foge de tudo
O que diz seu coração.

Diva Brito
24/09/2001
19:10 hs


domingo, 14 de maio de 2006

ESCREVENDO

Cabeça desassossegada,
Muitas letras, muitas palavras,
Muito anseio em traduzir,
As sensações que “isso” traz.
Caramba, eu quero dormir,
Mas elas não param de gritar.
Palavras puxam meu lençol,
Com pressa em se ordenar,
Levanto, tropeço em algumas
E deixo a caneta dançar.
Pronto, já chega por hoje,
Eu já me cansei de escrever.
Mas as palavras insistem,
Em não me deixar adormecer.


Diva Brito
08/05/2006

A ILUSÃO DE DORA

Dora, tola, burra e imbecil
Se encadeou numa história infantil
Dora, que adora se iludir
Se atolou e não pode mais fugir
Ô Dora, sua vida é uma casa
Fundada na areia da praia
Que todo outono vai e desaba
E você no verão levanta de volta
Ô dora, esse amor é uma farsa
É no fundo um teatro, Dora.
E na vida você só tem de graça
Comédia, drama e história.

Diva Brito
13/05/2006

PRA REFORMULAR

Invoco a noite pra que ela traga a tona
Os pensamentos sem sentido
À minha triste alma desregrada
E realizar minha condução ao nada.
Ah! Então que venha a noite

E que seu mistério me vincule
E a lua revele em face iluminada
Aquelas coisas que escondo em mim.
Minguando árduo o e crescendo o terno
Venha cheia de faces oferecendo novo prazer.

O meu rio interno então corre em desatino
Eu expulso o meu silêncio temperado.
Aí finjo uma parte, a outra assumo.
As cores que eu não via, algumas descubro.
Ganho poetas mortos e acordes renovados.

Antes aquela angústia, aquele medo fosse inútil.
E que tudo que me inspira agora seja real.
Essa eterna falta de chão é meu cisco no olho
Mas, já ta mais do que na hora de eu me dizer sim
Pois tenho a certeza de ter sempre a noite pra me socorrer.

Que o outono traga as minhas escolhas
Um confortável choro de vitória,
Que faça das minhas muralhas apenas degraus,
E transforme meus anseios num rio calmo.
Já que minhas dores massageiam meu coração.


Diva Brito
20/04/2006
12:15 hs

sexta-feira, 12 de maio de 2006


Uma certeza estúpida reluta em não sair de dentro de mim. Nunca conheci uma certeza tão cheia de si, tão crédula. Ela me encara como se no fundo me achasse estúpida por cogitar dúvida sobre ela. Ela surgiu quando cansada de tanto eu negar as minhas intuições, decidiu fazer eu me sentir ridícula em ignorar o que pra ela é o óbvio. Sabe lá de onde surgiu essa certeza, as perguntas que você se faz agora eu já cansei de me fazer. De repente, as perguntas não devessem ser feitas a mim, e se a resposta possa vir de outro alguém. Mas, quem? É meio maluca essa estória, mas, e não duvide que diversas vezes tentei apagar essas coisas de dentro de mim. Cheguei a achar que eu tava pirando, coisa assim, mas não dá. Essa certeza me cutuca dia e noite e às vezes é como se ela gritasse dentro da minha cabeça: - Ei, não ouse duvidar! Ela me faz acordar de madrugada só pra eu perceber que ela ta lá, me desfiando.É chato ter essa sensação dentro de você sem saber porque que ela ta ali. Sem saber por que motivo ela é tão inabalável. Por que ela me rouba o sono. Se no fundo parece ser uma coisa de fora. Não é o que eu acredito, não é ela minha certeza. E ao mesmo tempo, é intrigante porque ela me incomoda tanto... Uma certeza do impossível. Engraçado isso, não? Uma certeza do incerto. E uma certeza insistente, chata, daquelas teimosas. Se um dia eu pudesse ficar frente a frente com essa maluca eu perguntaria por que ela invocou comigo? Às vezes tenho raiva dessa certeza, vontade de poder provar pra ela que ela é chata, insistente e principalmente que ela esteve o tempo todo enganada. Pra vê se ela larga do meu pé. Ou se realiza de uma vez tudo que ela afirma.
Diva Brito
(2005)

quarta-feira, 10 de maio de 2006

SAUDADE DO QUE NÃO TIVE

Lá fora tudo grita agora
E mesmo assim eu te chamo
Teus olhos olham pra outros
E eu reclamo sozinha
O meu desejo esses dias estoura
E eu tô pensando em ficar quietinha
Nesse momento eu sinto falta
De ter você ligado na minha
Curtir palavras cantadas com brisa
E ver teus olhos avançarem o mar
E mesmo diante de toda essa vista
Ouvir-te dizer que não partirá
Que vai deitar na areia comigo
Contar-me um segredo no pé-do-ouvido
E depois de tudo me amar no mar

Diva Brito
08/03/2006

terça-feira, 9 de maio de 2006

A MEU MODO

Fica no céu do teu sorriso
O deleite com que eu sonho
Levo sua voz de poesia
Ao meu sonho tristonho
Transforma meu céu nublado
Em um domingo de sol
São soltas as suas palavras
Que me prendem em seu anzol
São tempos intermináveis
Os que terei ao seu lado
Durante as madrugadas
Em que terás me visitado
Oh! Doce criatura,
Que surge então no meu quarto
Um dia copio o sonho
E ignoro o destino ingrato
Que brinca com os meus “ais”
E faz do sonho tormento
Viajo, desmancho seus laços,
E impero em seus pensamentos
Acolho você no meu peito
Velando teu sono ao meu lado
Noite dessas, assim, eu acordo
E traço o destino ao meu modo.

Diva Brito
02/04/2006

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Entediando

Essa cara de sempre me cansa
Prevê-se até o que deveria ser surpresa
Eu queria mesmo era quebrar pratos
Pra alimentar minha rebeldia
Que nasceu comigo.
Mas fico nostálgica,
Porque a rebeldia me deixou
Foi passear por aí,
Num coração pulsante
E o meu - vazio - sente falta.
Pois tudo isso me fazia sentir
O calor do sangue pulsando nas veias
E de poder respirar a brisa fria
Que me fortalece como um todo.

Diva Brito
07/05/2005
23:11 hs




Como eu ia dizendo...
tenho sentido medo de viver um amor de novela.
Quero viver um amor de cinema.
Onde o mocinho não tem meses e meses pra machucar a mocinha.

Carta de Desamor

Eu que por muito tempo
Estive a guardar para ti
Meus versos, meus delírios,
Meus sonhos, e meus desejos.
Eu que te dei de bandeja
Meu coração e tudo
Que havia dentro dele.
Eu que amei de forma
Às vezes egoísta,
Às vezes resignada,
Que suportei sua inércia,
Que aturei outras mulheres.
Eu que te amei de forma visceral
Que te quis como mãe
E como mulher,
Que fingia lutar contra
Todo aquele sentimento
Quando na verdade
Regava-o bem discretamente
Pra que suas raízes
Não me permitissem
Te esquecer
Hoje, dia em que realmente
Posso considerar extinto
E superado esse sentimento desgraçado!
Venho te comunicar que tudo
Que um dia senti
Não sei onde foi parar.

Diva Brito17/03/2006

domingo, 7 de maio de 2006

História que dói no fim

Hoje eu escuto vozes
Que bagunçam meus pensamentos
Será o som dos seus risos
Ou o barulho dos ventos?
Brincando com o que imagino,
Trazendo-me um aviso
O vento que sopra forte
Fala-me do precipício.
Que a alma mesma procura
E do risco que a mim pretendo
Pois não importa se foges
Desses meus – então - desatinos
Sou eu quem procura o bosque
Onde acharei teus espinhos.

Diva Brito
02/04/2006

sábado, 6 de maio de 2006

A menina e a poesia

Menina solta
De meninices envolventes
Capim roçando nas pernas
Abstratividade e graça
Garra. De leoa enjaulada
Com a coragem dentro de si.
Coragem de desfiar o tempo
E correr pela mata
Pra dar tempo de viver tudo.
Menina destemida!
Será que não sabe que viver mata?
Isso pode ser dom ou artifício
Ser de nascença ou ser vício.
A menina solta se solta
E dança bonito com o vento
Mas também canta com a água
O seu en canto o medo apaga
Ela se faz mulher ou moça
De acordo com o que se pede
E de repente como num risco
A moça surge breve
A poesia pode morrer com ela
Ou ela pode morrer com a poesia
Um dia elas se casam
E a menina então desacelera
O tempo corre mais que ela
E a estória fica assim
Era uma vez, um dia,
A moça solta e a poesia
Matando as horas na janela.


Diva Brito
06/05
09:00 hs

* inspirado em Maíra Guedes
(Menina bem-te-vi)

Minha crônica

Eu devo essa crônica a mim mesma. Me concedo essa falta de modéstia. Busco desde muito pequena encontrar a felicidade, e demorei a perceber onde poderia achar. Tive que tomar um curso intensivo e rigorosíssimo com a vida, tipo aquelas sabatinas de colégio. Eu sempre soube que eu não encontraria ninguém igual a mim. Não, calma! Não que eu seja uma perfeita obra prima, é que minhas neuras e defeitos são exclusividades minhas. E eu descobri que quem realmente gosta de mim, ama meus defeitos. Na busca pela felicidade, eu pude enxergar depois de muitas decepções e tristezas que as pessoas não são do jeito que queremos que sejam. E isso não faz de tudo um motivo pra se lamentar. Nunca fui a queridinha da sala, nunca tive muitos admiradores. Nunca fui a Rainha da Primavera, nem a Rainha do Milho. Nunca fui também dama de honra de ninguém. Mas isso não podia ser mais importante que o meu talento pra atuar... Que meu bom humor! Nunca tive namoradinho, nem nenhum coleguinha de sala apaixonado por mim (pelo contrário , me colocavam apelidos, me pirraçavam!), mas percebi depois que você só aceita o que quer e se não aceita algo que te dão, continua aquilo com a outra pessoa. Minhas coleguinhas também não iam muito com a minha cara (até hoje não descobri o motivo), mas aí eu percebi que eu era a melhor aluna da sala, que eu cantava muito bem, que sabia falar em público, e que tinha uma grande facilidade pra escrever. Tá bom, ninguém vive sozinha, mas tive algumas poucas amigas (que uma vez ou outra me decepcionaram e já cheguei até a achar que por isso o mundo iria acabar), e muitos, muitos, mais muitos conhecidos. Tive também alguns amigos homens, que não podiam compartilhar tudo comigo, mas ainda assim me magoavam menos.Sempre atraí os olhares ao redor, ou porque era gordinha, ou porque usava óculos, ou porque brincava com os meninos e às vezes brigava com eles... Ou sei lá porquê!!Descobri que era capaz de ser feliz mesmo com o mundo todo conspirando contra, que eu tinha uma força enorme pra virar a mesa e mudar o jogo.Ainda continuo sendo muito polêmica, ainda existem muitas pessoas que não me suportam, que me criticam, que me julgam. Só que muitas delas hoje me amam , ou pelo menos não me odeiam mais.Me descobri, me olhei no espelho e descobri que eu posso tudo que eu quiser. Que pra tudo dá-se um jeito. E que tenho de agradecer pelo que sou e me orgulhar disso. Que se eu sou diferente ou incomum, tenho que tirar vantagem disso de alguma forma. Nunca vou ser igual aos outros. Como diz uma amiga minha, eu sempre vou chocar e sempre vão me julgar. Enquanto você se importar com isso, vai estar perdendo seu precioso tempo de ser feliz. Bem, eu cresci, e muitas daquelas pessoa hoje me admiram, e muitas delas gostam da minha presença turbulenta. Os meninos que não me olhavam, hoje tomam "uma" pra ter coragem de me queixar. As meninas que me xingavam, hoje falam meio sem jeito, como se eu fosse revidar ou ser grossa por algo que me fizeram antes. Eu não aceitei, por iso não teho nada dentro de mim daquela época. Eu sei que muitos falam, muitos já falarm e muitas ainda falarão e isso não me incomoda. Mas uma coisa entendam, não importa o que aconteça, SEJA VOCÊ !!! Aí está a felicidade!!!


Diva Brito
(2005)

Seu palco

É tudo falso
Desde o seu "te amo"
Até o "pensei em você"
É tudo montado
Pra ter o que quer
Pra conseguir o que quer.
É ensaiado, é cenográfico.
Até o seu abraço, suas frases,
Comentários,seu "alô!"
É também falso.
E mesmo assim, eu nem sei
O que dá em mim,
Que não te cuspo,
Nem te apago.
Mas isso pode mudar,
Se eu virar a mesa tudo muda.
E de repente, amanhã
Eu possa estrear.
Aí você senta e assiste,
Porque o show não pode parar.

Diva Brito
04/09/2005

sexta-feira, 5 de maio de 2006

Meu medo

Como se todo terror viesse de fora.
Mas ele começa no calor do meu peito,
Cresce no meu consciente e me coage.
Antes você não estivesse no meu medo,
Nesse pavor que me sufoca.
Envelheci um século
Por conta desse derrame,
Dessa sobra que não se esvai.
Não quero perder nem esquecer esse terror,
Corro o risco de encontrá-lo mais tarde.
Quero matá-lo.

Diva Brito
09/06/2005
21:44: