quarta-feira, 21 de junho de 2006

Saudade é um arrepio frio e cálido, é uma sensação de angustia, embaraço, é um aperto ruim. Sentir saudade é uma mistura de prazer e tédio, é uma sensação de imóvel abandonado, de armário vazio, de descompasso.
É querer fugir pra um lugar que não sabemos qual é, e querer vomitar o alimento estragado ingerido. Não sentir saudade é nunca ter sofrido e sofrer no fundo é bom.
O sofrimento é a chave das nossas mudanças. Dizem que ou mudamos pela dor ou pelo amor. E no fundo a mudança pela dor é a que se estabelece, que dura.
Saudade é ao mesmo tempo não gostar, e querer de volta. É o incômodo de que quem abandonou e não fechou a porta. É ser nostálgica e entristecer.

Diva Brito
21/06/2006

terça-feira, 20 de junho de 2006

POSSESSÃO

São bocas e barrigas que se confudem
Peitos e quadris que se embalam,
Como num vôo livre onde o sangue pulsa,
Ferve, dilata as veias e umedece as partes.

Cores que se cruzam
E olhos que me buscam com sua vividez,
Mãos que me visitam e me mostram
O seu desejo incessável e vulcânico.

E já possuída sem ser posse,
Não encontro mais o temor,
Que me assolava e aprisionava
Naquele abrigo que se desfez.

Inebriada por várias descobertas,
São novas sensações que me despertam
De um sono outrora trépido,
E me conduzem nesse passeio luxuoso.

Diva Brito

segunda-feira, 19 de junho de 2006

Vem meu menino doce de olhar esperto,
Vem bailar constante,e florir meu deserto,
Vem que você me olhar é arrepio certo
Vem ser meu desbravador de emoções.
Vem que meu querer antes tão incrédulo
Hoje tem no peito sem mistério
Um amor que encoraja nossos corações.

Diva Brito
18/06/2006

domingo, 18 de junho de 2006

VIAGEM URGENTE DE UM CASSETA

Morre um sorriso, um sorriso frouxo
De ser de vez em quando sorriso maroto
Morreu de repente um anjo bom
O humorista tem um mistério
Uma magia, ele é meio esotérico
Parece que Deus os enviou
Pra apasiguar tanto tormento
e nos trazer um contentamento
Que o mundo cru nunca nos deu
Morre um anjo, duende do riso
Simplicidade, talento prodígio,
De alguém que era um carnaval
Partiu então p'rum planeta distante
Continuar a aventura errante
de redigir alegria no céu
Viaja um casseta de maneira urgente
encerrando a cena que fazia contente
Um país tão cheio de mal.

Diva Brito
17/06/2006

sábado, 17 de junho de 2006

O GALÃ

Se fosse pra ser antes,
antes de tudo, ou durante,
não seria então o que és.
Não teria essa alma pura
Não teria um olhar de ternura
Quando quer dizer mas não diz.
Se fosse só figurante,
ou um mero viajante,
se fosse só aprendiz...
Mas é mestre, e galã constante
daqueles que o povo diz
Que nada pode tirar o viço,
Que já nascera com brilho
e é dono do seu nariz.


Diva Brito
12/06/2005
00:26


(Poema inspirado em Karim Midlej Harfush)





quarta-feira, 14 de junho de 2006

QUERER DE MORTE

Chame por aquela voz que foge
Talvez ela volte a sucumbir
Se for querer, queira de morte,
Queira até padecer
Até sair a última gota

Destroçado de tanto querer
Se for querer queira de morte
E ame de tanto morrer.

Diva Brito
18/07/2005
20:38

domingo, 11 de junho de 2006

O FÔLEGO

Que o meu fôlego
Te procure no escuro
Não te permita dormir,
E te prenda sempre em mim.
E que não penses em imaginar
Realidade fora do meu corpo,
Ou amor fora de minha'lma.
Que a chama eterna dos teus olhos
Nunca desapareça
Que nesse teu íntimo
Nunca pereça,
A esperança de me ter.
Que o meu nome eternamente
Ressoe no teu eco
E quando o vento
tocar-te o rosto,
Te lembres das minhas mãos
Que te vasculham sem pudor.
Que a chuva que te molha,
Exale assim o
Cheiro do meu corpo
Que tua sede te guie
Aos meus lábios.
Que saudoso agora estejas,
Da minha leviandade
Da minha aparente ingenuidade,
Da minha língua na sua vontade.


Diva Brito
12/07/2005
23:11 hs

domingo, 4 de junho de 2006


Meu coração anda jogado num canto úmido da sala ecura.
Não dispõe de amor que o faça reagir,
E apesar de sozinho, desalmado
Ele espera um bom homem
Que eu nunca vi.

Diva Brito
24/05/2006

P.S.: Eu vi o homem, e ele me sorriu e me segurou pela mão...e eu me senti feliz!
30/05/2006

sábado, 3 de junho de 2006

O FIM DA HISTÓRIA

Você que nunca foi meu
Hoje rompe os laços

De uma eternidade insegura
De um amor inacabado
E deixa-me sem nunca
Ter mergulhado nessa ilusão

Desse amor que me atinge
Que me envolve em dor

Que me cega, me fere
E que me leva a desfalecer
Mas, que burrice...
Não, não é esse amor
Que eu deveria ter.

Vou te estirpar dos meus planos
E gostos, hoje tão definidos
E declarado o instinto de permanecer

Com essa insistência boba
De buscar teu colo,

Quando na verdade é um beijo,
Seu corpo e seu cheiro,

O que não pude ter.

Diva Brito
12/09/2005


quinta-feira, 1 de junho de 2006

ARRUME SUAS MALAS


Pra que não se alongue em demasia,
Peço que se mude de dentro de mim
Arrume suas malas, bata a porta e só!
Tire sua boca do meu pescoço,

Recolha os seus olhos da minha frente,
Não deixe suas mãos espalhadas pelo meu corpo
Leve com você o calor dos seus beijos.
Não quero que nada fique aqui

Pra que não me torne à memória
Nas noites em que o vazio me visitar
O que você me fez e como me transformou.

Descubra-me do teu corpo
Porque essas vestes já não desejo ter.

E enfim, sem demora, se mude.
Arrume suas malas, bata a porta e só!


Diva Brito e Brisa Dalilla
2005