terça-feira, 29 de agosto de 2006

VEM, MEU BEM.

Vem grande, assim inteiro,
chegando imenso em mim.
Vem quando se intercala
nas minhas roupas,
se perde em minha'lma,
vem com todos os pedaços
soltos, que se encaixam.
Vem fugir do medo,
contar segredo,
correr no seu mundo,
que é meu corpo inteiro.
Vem assim valente,
ou vem homem tolo,
tonto de vontade
ser cara-metade.
Vem que eu te busco,
que eu só te procuro,
e que só te encontro,
entre minhas pernas,
entre os meus medos,
quem sabe entrelaçado
entre os meus cabelos.
Quando ali, terno,
você me acolhe,
e me acalenta,
vem e não demora,
meu fôlego aguenta,
vem pra me curar
do mal que eu me fiz.
Vem ser minha escola,
fingir ser meu rei
vem, mas me namora
do jeito que fez
quando os teus olhos,
num mundo de olhos
conseguiram mansinho,
de vez me prender.
Solta eu me sentia,
meio rodopiando,
sentindo, exaurindo,
tudo de uma vez.
Eu quero teu colo
teu corpo, teu choro,
quero te acender.
Vem que tá na hora,
meu bem, não acorda,
se só o que eu posso
é no sonho te ver.


Diva Brito
29/08/06
19:00 hs

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Quanto mais o tempo,
insiste em se arrastar...
Mas ela insiste em esperar.
Ela ficava olhando a linha do mar,
esperando o dia em que
ele voltaria então de vez.
E ela insitia em não chorar
e guardar pra ele a beleza da tez.
Manter-se enfeitada com sorrisos,
E perfumar-se com flor lilás.
Ela esperava e ainda espera,
o dia do seu coração estar em paz.

Diva Brito
22/08/0613:38

terça-feira, 22 de agosto de 2006

FODA-SE

Eu quero uma noite inteira pra morrer
Pra me embriagar com isso
E se for morrer mesmo
Tem que ser de tédio

Eu quero uma noite inteira pra odiar
Pra fingir perdão e sorrir mentira pra você
Pra você todo o seu amor e toda a sua Ela
E o que não é e nunca foi meu.

Eu quero uma noite inteira pra fumar desprezo
Pra me fazer o que seja e golar cicuta.
Eu não quero a noite inteira não, pensando bem,
Eu quero só uma fração de tempo, pequena assim,
Que considere satisfatória pra te falar: - Vá se foder!

Diva Brito
03/2006
(madrugada)

terça-feira, 15 de agosto de 2006

COM CARINHO, AÇÚCAR E AFETO

Impossível de mensurar
O tamanho de sua alma,
Seu espírito de velho sábio,
Como de quem carrega consigo,
Algo sensual e um tanto mágico.
Um andar de fêmea madura,
Lábios de fruta doce,
Uns olhos úmidos de rio,
Sempre tão profundos e sedutores.
Não, ela não quer confundir,
Mas não vai também se mostrar.
E é no seu passos que ela leva
Um ar de profundo mistério.
Mas no fundo, tudo que ela quer dar
É "carinho, açúcar e afeto".

Diva Brito
15/08/2006
11:47hs

( inspirado em Lara Kauark)

sábado, 12 de agosto de 2006

"Há um calor pesado
Que me leva a um infinito profundo
Outro mundo
Onde sobrevivo de desejo
E ao que vejo, meu pejo
Detém a força desse calor. "

Brisa Dalilla
29/03/06

sexta-feira, 11 de agosto de 2006

O futuro me abraçou.
se mostrou pra mim
com ares cordiais.
Ele tenta aparentar
uma inofensividade,
na busca pelo momento
em que eu perca
meu pavor do previsível,
e tudo que é planejado.
O futuro me esnoba.
Como se tentasse
me esfregar na cara,
e dizer com ares
de "dono da verdade":
- Eu já sabia!
O futuro é amanhã,
ou seja, tenho 24hs
antes disso.
Diva Brito
11/08/2006

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

POEMA DA ATRIZ

Hoje é mais um daqueles dias
Em que a dúvida vai te inquietar.
E entorpecido pela incerteza
Você irá permanecer, pois,
Nada do que foi dito ou escrito
Pode ser considerado verídico.
E reverenciando o poeta
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguem precisa saber.
Sei, mas não se esqueça
Que a certeza será sempre minha
Do que é ou não é,
E nem mesmo minha face
Te revelaria a verdade,
Pois eu sou o que quero ser
E você sempre será o que é.

Diva Brito
25/07/2005
14:35 hs

terça-feira, 1 de agosto de 2006

A TERRA

Dia cai, noite sobe.
Lua nasce e o sol morre
Acompanha o rio que corre
E a água que socorre
A terra que é possui um corte
De tão seca e pobre
Que não há quem note
Aquela ferida que é só um corte
Aquele povo que ainda sofre
Enquanto o dia sobe e a noite cai
Enquanto sol nasce e a lua morre.

Diva Brito
1999