segunda-feira, 24 de abril de 2006

Pra você que não é meu

Desculpe eu ter entrado sem bater,
Chegar sem ser chamada,
Ficar sem perguntar.
Talvez essa não seja a fórmula
Ou a maneira mais adequada,
Mas vou sair como entrei.
Sem pedir licença,
Sem olhar pra trás,
Batendo a porta, porém calada.
Foram perfeitos ou quase perfeitos
Todos os risos frouxos,
Os abraços apertados,
Os beijos inevitáveis,
Toda a anossa vontade.
Mas tava tudo fora de foco.
Não pude deixar de enxergar
Sua segurança, sua estabilidade,
Tua habilidade, tua inércia.
Lamento ter enxergado tarde
Mas me alegro por ter enxergado.
Talvez se não fosse minha classe,
Eu chutaria o balde,
Eu armaria um baile.
Contente-se com sua felicidade
Sua monocidade e seu mistério
Eu sou intensa e só vivo por inteiro.

Diva Brito
18/10/2005